Existem milhões de conectores plug-in em geradores fotovoltaicos instalados em telhados no mundo todo. Como o campo da energia solar é relativamente novo, não se conhece a fundo o comportamento de alguns componentes, como os conectores PV, ao longo do tempo, especialmente porque os sistemas fotovoltaicos têm uma longa vida útil e praticamente não requerem manutenção, a não ser o monitoramento operacional, que normalmente é feito de forma automatizada e remota.
O cabeamento do módulo, em especial, costuma ser usado por décadas sem exigir nenhuma intervenção. No entanto, em caso de defeito, os conectores plug-in podem causar grandes danos aos geradores solares. A qualidade dos conectores fotovoltaicos utilizados e seu manuseio correto durante a instalação são, portanto, de suma importância.
Para saber mais sobre a condição de envelhecimento dos conectores fotovoltaicos em campo, o laboratório fotovoltaico da Bern University of Applied Sciences (BFH), na Suíça, realizou um estudo de medição em cooperação com a fabricante Stäubli Electrical Connectors, no qual os conectores fotovoltaicos de vários sistemas fotovoltaicos foram examinados em laboratório.
Os pesquisadores mediram a resistência de contato e examinaram o aquecimento dos conectores fotovoltaicos sob diferentes classificações de corrente. Também foram testadas a resistência de alta tensão, a resistência de isolamento e a proteção IP.
O estudo
É importante ressaltar aqui que os estudos realizados pelo laboratório fotovoltaico da BFH são contínuos. Portanto, os resultados apresentados aqui são parciais, constituindo os achados referentes a um primeiro lote de conectores. Os pesquisadores esperam poder fornecer aos fabricantes informações sobre como melhorar a qualidade do produto, bem como favorecer uma melhor compreensão do envelhecimento desse componente crítico dos sistemas fotovoltaicos.
Foram examinados conectores fotovoltaicos de diferentes fabricantes e de vários tipos, bem como as chamadas conexões cruzadas. Seu comportamento de envelhecimento foi avaliado com base nos seguintes fatores:
- Idade dos conectores;
- Condições às quais os conectores estavam expostos na instalação (proteção contra chuva, sol e temperaturas extremas);
- Tipo de conector (conectores originais e instalações com conexão cruzada);
- Tipo de crimpagem (seja realizada pelo fabricante ou em campo).
O procedimento de testes combinou requisitos de três normas IEC, uma UL e três EM, com destaque para os critérios de teste da IEC 62852: “Conectores para aplicação de CC em sistemas fotovoltaicos – Requisitos e testes de segurança”.
Resistências de contato de mais de 5 mΩ foram medidas apenas para as conexões cruzadas (valor limite normativo para novos conectores fotovoltaicos de acordo com IEC 62852).
Foi medida com precisão a resistência de cada conector sob diferentes classificações de corrente e também foram realizados testes de umidade e alta tensão.
Resultados
As principais descobertas foram as seguintes:
- Os conectores PV MC3 demonstraram a menor resistência de contato dentre os testados.
- Os conectores PV MC4 também demonstraram valores baixos sem um número grande de discrepâncias (valores fora da faixa interquartil em 1,5 vezes).
- As conexões cruzadas apresentaram resistências de contato mais altas.
- Uma conexão cruzada apresentou resistências muito maiores na faixa de > 45 mΩ, sendo severamente deformada ao ponto de não poder mais ser separada.
No que diz respeito aos vários sistemas fotovoltaicos, foram feitas as seguintes observações:
- Grandes diferenças nos resultados foram atribuídas aos diferentes locais de instalação.
- Uma determinada usina fotovoltaica apresentou um alto grau de dispersão e valores discrepantes maiores. O sistema em questão havia sido reinstalado e os conectores fotovoltaicos ficaram armazenados de forma desprotegida no canteiro de obras por um longo período de tempo.
- Outra usina fotovoltaica, localizada próximo a uma estação de tratamento de esgoto, também apresentou valores aumentados e alta discrepância. As conexões dessa instalação também falharam no teste de resistência do isolamento. Uma conexão clara entre resistência de contato e aquecimento foi determinada na carga de energia das conexões com classificações de corrente.
Os testes de alta tensão e corrente de fuga mostraram os seguintes resultados:
- Todas as amostras passaram no primeiro teste de alta tensão no início do processo de medição.
- Após as conexões terem passado também pelo teste de aquecimento, teste de resistência de isolamento e teste de permeabilidade IP, houve vários exemplares que não passaram no segundo teste de alta tensão.
- No entanto, com base nas investigações realizadas, nenhuma correlação clara pode ser estabelecida entre as observações (por exemplo, umidade no conector plug-in) e falha no teste de isolamento, teste de alta tensão e teste IP.
Conclusão
Os testes mostraram que deixar os conectores fotovoltaicos expostos ao tempo antes da instalação pode ter efeitos negativos.
A advertência comum de que os conectores fotovoltaicos de diferentes fabricantes não devem ser conectados de forma cruzada também se justifica.
Achou interessante? Faça então o download do estudo original, abaixo, para conferir fotos.
Fonte: Bern University of Applied Sciences (BFH)
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