Alta na Conta de Luz Deve Favorecer a Energia Solar

Já é sabido que os consumidores brasileiros começarão a pagar a “conta-Covid” em 2021. O aumento na conta de luz será necessário para cobrir os empréstimos cedidos pelo Governo Federal para equilibrar o caixa das distribuidoras, que, de acordo com a Aneel, pediram R$ 14,8 bilhões. É possível que o programa de auxílio também seja estendido para geradoras e transmissoras.

Este mecanismo de ajuda não é novidade no País, pois já havia sido utilizado no final do governo Dilma. Na época, a taxa sobre os empréstimos foi fixada em 2,5% mais o CDI. Agora, os bancos, liderados pelo BNDES, cobrarão taxa de 3,9% mais o CDI com prazo de 60 meses para pagar. A Associação Nacional dos Consumidores de Energia estima que a demanda do setor pode chegar a R$ 70 bilhões.

No início da pandemia, houve uma grande queda no faturamento de todo o setor de energia solar. As famílias congelaram os investimentos e voltaram sua atenção à prevenção da COVID-19, gerando uma demanda reprimida que persiste. No entanto, assim que se efetivar a retomada das atividades, os gastos com eletricidade devem reacender a busca por alternativas mais baratas no longo prazo e é aí que entra a solar.

O setor fotovoltaico de geração distribuída já faz as contas para estimar o aumento da procura por parte de residências e empresas na luta pela redução de custos. Vale ressaltar que a luz costuma ser o segundo maior custo operacional dos negócios, depois dos salários. Está então posta uma grande oportunidade para o setor de energia solar fotovoltaica. O grande argumento de venda é que a solar permite ao consumidor saber quanto vai gastar de energia elétrica pelos próximos 25 anos, que é o tempo de vida útil do equipamento.

O presidente da ABSOLAR, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, explica que a crise não parou o crescimento da GD no País. Apesar da pandemia, o setor criou 37 mil novos empregos e recebeu R$ 6 bilhões em investimentos apenas este ano. Sauaia diz, ainda, que o governo tem ouvido as sugestões do segmento para acelerar o crescimento da energia solar: está em estudo o incentivo para instalação de painéis em programas habitacionais e, no Plano Safra 2020/21, houve aumento do crédito para a energia solar nas propriedades rurais. Além de todo o potencial que a energia solar fotovoltaica já apresentava, o aumento na conta de luz chega para alavancar o setor ainda mais.

Fonte: Míriam Leitão, em O Globo, e ABSOLAR

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