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Curtailment: por que às vezes “desligam” usinas solares e eólicas — e o que isso tem a ver (ou não) com a geração distribuída

07/11/2025

Curtailment: por que às vezes “desligam” usinas solares e eólicas — e o que isso tem a ver (ou não) com a geração distribuída

Você já ouviu falar em curtailment? O nome é inglês, mas a realidade é bem brasileira: trata-se do corte temporário e compulsório da geração de usinas renováveis, como parques solares e eólicos. Em palavras simples, é quando o operador do sistema manda reduzir ou zerar a produção de energia de uma usina que poderia estar gerando, mas não deve naquele momento. Por quê? Falta de linhas de transmissão para escoar a energia, desequilíbrio entre oferta e demanda, falhas na rede ou até fatores externos, como eventos climáticos severos. Estimativas apontam que esses cortes já causaram prejuízos de cerca de R$ 1 bilhão a grandes empreendimentos no país — um tema sério, que inclusive pode parar na Justiça.

 

De onde veio esse problema?

O termo ganhou os holofotes depois do apagão de agosto de 2023. Naquele episódio, sobrecargas em linhas de transmissão privadas, um aumento repentino da geração no Norte e Nordeste e a injeção de energia acima da capacidade da rede ajudaram a acender o alerta. Desde então, o curtailment entrou de vez no vocabulário do setor elétrico e virou assunto recorrente em reportagens e análises técnicas.

 

Mas a “culpada” é a geração distribuída?

Curta resposta: não.

Houve quem tentasse transformar a geração distribuída (GD) — os sistemas fotovoltaicos em telhados, fachadas e pequenos sítios — na vilã dessa história. Só que os números não sustentam essa narrativa. Em fevereiro de 2025, a potência total da GD era de 37 GW, frente a 209,7 GW do parque gerador nacional. Em outras palavras, quem produz a maior parte da energia no Brasil são as usinas centralizadas, e é nelas que o curtailment se concentra — sobretudo grandes parques solares e eólicos conectados ao SIN, com destaque para o Nordeste, onde há alta concentração de renováveis e baixa capacidade de escoamento.

Aliás, outra ideia que não se sustenta é a de que a GD desestabiliza a rede. Pelo contrário: gerar perto do consumo é uma das grandes virtudes da GD. Ao produzir energia localmente, reduz-se a necessidade de transmissão, caem as perdas elétricas e melhora a qualidade do fornecimento.

 

Então… por que o curtailment acontece?

Vamos por partes — e com tradução simultânea dos “tecniquês”:

  • Gargalos de transmissão (linhas insuficientes para “carregar” a energia das usinas até os centros de consumo): o Brasil cresceu muito em solar e eólica, mas não reforçou a rede no mesmo ritmo. Resultado: engarrafamentos elétricos.
  • Operação e regulação desatualizadas (regras e rotinas do sistema que ainda não acomodam bem fontes variáveis como sol e vento): a variabilidade natural das renováveis exige planejamento, previsões e flexibilidade maiores do que tínhamos. Contratos rígidos agravam o quadro.
  • Desequilíbrios momentâneos entre oferta e demanda (tem hora que sobra energia barata e limpa, mas não há como usá-la ou levá-la a quem precisa).
  • Eventos e falhas (clima extremo, perturbações na rede, manutenção de ativos).

Percebeu como nenhum desses pontos tem a ver, estruturalmente, com a GD? Pelo contrário: distribuir a geração ajuda a aliviar a necessidade de grandes obras de transmissão e torna a rede mais eficiente.

 

Curtailment passo a passo (sem mistério)

Imagine uma rodovia (as linhas de transmissão) e uma safra recorde de caminhões (as usinas renováveis). Se a estrada não foi duplicada a tempo, chega um momento em que não cabe mais caminhão — ainda que todos estejam em perfeitas condições. O operador do tráfego (o ONS) então segura parte dos veículos no pátio (o curtailment) para evitar engavetamento e acidentes. O objetivo não é “perseguir” os caminhões novos (renováveis), e sim manter a fluidez e a segurança do sistema até que a infraestrutura acompanhe.

 

O que fazer para reduzir o curtailment?

  1. Ampliar e modernizar a transmissão: leilões, obras e soluções de rede inteligente precisam correr para “desengarrafar” regiões com alta oferta renovável.
  2. Trazer flexibilidade ao sistema: armazenamento em baterias, gestão de demanda e otimização do despacho são essenciais para casar a produção variável com o consumo.
  3. Ajustar regras e operação: incorporar a previsão de geração (sol/vento), contratos mais flexíveis e procedimentos que valorizem a energia limpa quando ela está disponível.
  4. Valorizar a geração distribuídaaliada, não vilã: a GD reduz a necessidade de grandes obras e aumenta a eficiência geral do sistema.

 

Pergunta para pensar

Se gerar perto do consumo alivia a rede e economiza em perdas e infraestrutura, que papel você — consumidor residencial ou empresarial — pode desempenhar nessa transição, adotando energia solar no telhado ou em autoconsumo remoto (gerar em um local e compensar em outro)? (A GD não depende da malha de transmissão para entregar o benefício direto ao consumidor.)

 

Na Inovacare SOLAR, acreditamos que energia solar distribuída bem planejada e instalada é parte da solução: traz a geração para perto do consumo, reduz perdas, diminui a necessidade de escoamento em longas distâncias e entrega economia recorrente para lares e empresas. Atuamos com sistemas on-grid e também assessoramos empresas no Mercado Livre de Energia, sempre com engenharia de qualidade, transparência e suporte técnico próximo. Se você quer entender quanto poderia economizar (ou como estruturar autoconsumo remoto para seu negócio), fale com a gente.

Inovacare SOLAR : aqui, você fala com pessoas e projeta energia limpa, barata e próxima de onde ela é consumida.

 

Referência:

EVANGELISTA, Carlos. Curtailment: a geração distribuída não é a vilã: Infraestrutura e planejamento são os verdadeiros responsáveis pelos cortes de energia renovável. Poder360, Brasília, 9 mar. 2025. Disponível em: https://www.poder360.com.br/opiniao/curtailment-a-geracao-distribuida-nao-e-a-vila/. Acesso em: 5 nov. 2025.

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