Analisando Propostas de Sistema Solar: Energia Gerada e Perdas

Um sistema solar fotovoltaico é um produto complexo e personalizado às condições do local de instalação e às necessidades do cliente. Como não se trata de um investimento baixo, há vários aspectos que precisam ser avaliados criteriosamente nas propostas comerciais para que o sonho de gerar sua própria eletricidade a partir do sol seja alcançado de forma segura, otimizada e eficaz.

Para lhe ajudar a evitar dores de cabeça, separamos algumas informações e dicas relativas à energia gerada pelo sistema e perdas, das quais você, como investidor, precisa estar ciente.

Energia Elétrica Gerada pelo Sistema

Este dado é importante na medida em que mostra a energia que o sistema gerará ao longo do ano. Boas propostas não mostram somente a média mensal de geração no período de 12 meses, mas mostram uma previsão do que será gerado a cada mês, como no gráfico a seguir:

A produção média mensal deste gerador hipotético é de 16.146 kWh/mês, mas repare, no gráfico, que ela atinge um pico em fevereiro e seu menor patamar em junho. São variações importantes, que devem ser analisadas especialmente em se tratando de instalações comerciais e industriais pelo seu impacto econômico – será que o sistema será capaz de suprir suas necessidades energéticas ao longo de todo o ano?

O dado de geração de energia deve ser analisado em conjunto com a potência total do sistema, explicada num artigo que publicamos anteriormente sobre potência e overload (acesse este link para saber mais sobre potência total: https://inovacare.solar/consumidor-final/publicacao/analisando-propostas-de-sistema-solar-potencia-e-overload/218).

Se alguma das propostas tiver uma potência total menor, mas, ainda assim, estiver projetando uma produção de energia maior ou igual à das demais, vale o questionamento: como é possível um sistema de menor potência gerar a mesma energia ou até mais energia do que um sistema de maior potência? Desconfie!

O que muitas empresas fazem, para apresentar uma proposta com menor valor, é desconsiderar o próximo item, que deve ser observado pelo consumidor com olhar criterioso: as perdas do sistema.

Perdas do Sistema

As perdas reais de um sistema solar fotovoltaico são bem complexas de serem calculadas, requerendo uso de software profissional, no qual são inseridos os dados levantados em visita técnica.

Para fins de estimativa de preço, que é imprecisa por ser feita apenas a partir da conta de energia elétrica, geralmente se usa o valor de 20%, que é uma média das perdas máximas que um sistema terá durante sua vida útil.

Após a visita técnica, inserindo-se os dados no software profissional de dimensionamento de sistemas fotovoltaicos, é possível calcular suas perdas reais, que apresentamos a seguir.

Perdas por sombreamento

A sombra reduz a radiação solar sobre os módulos, resultando em menor produção de energia. Pode ser causada por nuvens, obstáculos para a luz do Sol, tais como árvores ao redor, caixas d’água, edificações próximas, platibandas altas, entre outros.

Um programa profissional é capaz de mapear o sombreamento causado pelos obstáculos durante todo o ano e calcular a perda causada por esse fator. A figura abaixo mostra um exemplo de como o programa mapeia o sombreamento:

As perdas por sombreamento podem ser minimizadas posicionando-se os painéis, quando possível, fora das áreas de sombreamento. Também, podem ser minimizadas utilizando-se otimizadores ou microinversores.

Perdas devido ao aumento de temperatura

A produção de energia elétrica dos painéis solares é inversamente proporcional à temperatura dos painéis. Quanto mais baixa a temperatura, maior a produção. Quanto mais alta, menor a produção. Softwares profissionais utilizam dados históricos de temperatura nas coordenadas geográficas da instalação para fazer esse cálculo de perda.

Perdas por desacoplamento (mismatching)

Este é o fator de perda mais complexo e que mais desafia os projetistas de sistemas solares fotovoltaicos. Trata-se da diferença de energia gerada por cada painel devido a vários fatores, tais como: diferenças elétricas e construtivas entre os painéis, diferenças nas orientações e inclinações no posicionamento dos painéis, entre outros.

Perdas por corrente contínua (CC)

Basicamente, são as perdas causadas pelo cabeamento que conecta os painéis aos inversores. Elas nunca são iguais a zero, mas podem ser minimizadas com o devido dimensionamento dos cabos CC.

Perdas por corrente alternada (AC)

O cabeamento AC que conduz a corrente AC do inversor até a entrada de energia do imóvel também gera perdas, similares às geradas pelo cabeamento CC.

Perdas devido à conversão

Estas perdas estão relacionadas à eficiência dos inversores utilizados. Daí a importância do investimento em equipamentos de qualidade e devidamente certificados.

Perdas de eficiência dos painéis ao longo do tempo (derating)

Esta é uma perda de eficiência dos painéis fotovoltaicos, implícita na tecnologia atual. A maioria dos fabricantes garante 85% de eficiência após 25 anos de uso.

Outras perdas

São perdas relacionadas à sujeira acumulada nos painéis, às tolerâncias dos componentes usados no sistema, às perdas em transformadores (se usados no sistema), etc.

A perda máxima do sistema é então calculada pelo software, considerando-se o produto de todas as perdas calculadas individualmente no sistema.

A existência das perdas em uma proposta comercial é a evidência de que foram consideradas no dimensionamento do sistema solar fotovoltaico ofertado. Mais que isso, demonstra que as perdas foram devidamente calculadas por meio de um software adequado.

Esperamos que mais essas dicas ajudem você a fazer a melhor escolha de fornecedor rumo a um futuro mais verde e sustentável para sua residência ou negócio, com energia solar.

Na Inovacare SOLAR, fornecemos todas essas informações em nossas propostas comerciais e estamos prontos para orientar nossos clientes quanto à melhor solução para suas necessidades energéticas. Conte conosco!

Carlos José Piereti Rodrigues

Engenheiro Elétrico

CMO na Inovacare SOLAR

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