É impressionante a curva de crescimento da energia solar em nível mundial. Quando éramos crianças, mal tínhamos conhecimento de sua existência. Neste exato mês de maio de 2022, a energia solar fotovoltaica acaba de se tornar a segunda fonte de energia mais utilizada do mundo, perdendo apenas para a hidreletricidade, que já faz parte de nossas vidas há muito tempo.
Esta virada é fruto de um crescimento acelerado, pois, nos últimos três anos, a capacidade mundial dobrou, conforme mostram os dados do relatório “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”, produzido pela SolarPower Europe, associação europeia do setor solar.
A ótima notícia é que o ritmo de desenvolvimento do setor deve ser manter. Atualmente, a capacidade instalada é de um terawatt, um mega número que deve dobrar nos próximos quatro anos.
No Brasil, o cenário ainda é diferente, apesar do crescimento acelerado. Aqui, a fonte solar é a quinta da matriz energética e a terceira entre as renováveis, com 2,8% de participação, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Vale ressaltar que nossa hidreletricidade, número um na matriz energética e uma fonte também renovável, não deve perder força, mas precisa da ajuda da solar (e muita!) para mitigar a escassez advinda dos períodos de estiagem.
O presidente do conselho da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica), Ronaldo Koloszuk, explica que a energia solar é a mais barata das fontes e pode ser implementada mais rapidamente que as demais. O que falta, para ele, é que a fonte seja priorizada nos leilões de energia elétrica promovidos pela Aneel.
“A energia solar custa 10 vezes menos que as térmicas e vem crescendo de maneira exponencial. Em pouco tempo, ultrapassaremos a biomassa e, em menos de cinco anos, a energia solar será a segunda da matriz energética brasileira. E a Bloomberg projeta que, em 20 anos, seremos a primeira. É a fonte que cresce mais rapidamente no mundo”, explica.
Esses números, no entanto, não levam em conta a geração própria de energia solar em telhados e pequenos terrenos espalhados pelo país, que atingiu, em maio, um milhão de sistemas instalados, de acordo com levantamento da ABSOLAR junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Para Koloszuk, o primeiro milhão de sistemas instalados precisa ser comemorado, mas é um número ainda tímido para as dimensões do setor energético no país, 13º maior produtor solar do mundo. A China lidera o ranking.
“É muito comum que tenhamos o sistema instalado em um ou dois dias nos telhados, mas frequentemente as distribuidoras demoram de três a quatro meses para ligá-los às redes. É um problema generalizado. Seria muito importante que a Aneel tomasse providências e fizesse cumprir a lei, para que esses sistemas possam logo produzir energia limpa. Todos seriam beneficiados com isso”, conclui.
Fonte: CNN
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