Muita gente ainda está tentando entender a revolução que é o Bitcoin no mercado financeiro em nível mundial devido à alta complexidade do assunto. Algo muito mais fácil de entender, no entanto, e extremamente relevante, é que a nova tecnologia é gastona quando o assunto é eletricidade. Isso porque a mineração de Bitcoin, processo que valida as operações financeiras, exige o uso de computadores com alta capacidade de processamento. Os níveis absurdos de consumo até levaram especialistas da Universidade de Cambridge a criar comparações curiosas, dentre as quais separamos algumas:
- Se fosse um país, o Bitcoin teria o 35º maior consumo anual de energia do mundo, à frente da Bélgica e Finlândia.
- A eletricidade consumida pela rede de Bitcoin em um único ano poderia suprir as necessidades energéticas da Universidade de Cambridge por 669 anos.
- O consumo energético anual do Bitcoin poderia aquecer as chaleiras em uso em todo o Reino Unido por 20 anos.
Piadas à parte, o problema criado pelo Bitcoin é sério. A Universidade de Cambridge estima que apenas 39% da energia consumida na mineração de criptomoedas venham de fontes renováveis.
A boa notícia é que o mercado já está voltando o olhar para a questão ambiental de modo que essa indústria se desenvolva com base em soluções sustentáveis. Um bom exemplo vem da parceria firmada entre a canadense Blockstream, especializada em Bitcoin e infraestrutura de blockchain, e a financeira Block, que iniciaram, nos Estados unidos, a construção de uma instalação piloto de mineração de moedas digitais de código aberto movida a energia solar. A usina solar fotovoltaica terá capacidade de geração de 3,8 MW e um sistema de armazenamento de 12 MWh. As obras devem ser concluídas ainda em 2022.
Um dos pontos altos da iniciativa é um sistema de monitoramento, que fornecerá relatórios regulares sobre a economia do projeto, acessíveis ao público. Dentre as informações que serão divulgadas em fases distintas, haverá métricas de desempenho em tempo real, incluindo saída de energia e o bitcoin minerado, bem como dados específicos de desempenho solar e armazenamento.
O objetivo dos mentores do projeto é mostrar que a mineração de Bitcoin pode financiar a infraestrutura de energia limpa. A prova de conceito de 100% de mineração a partir da geração solar será um verdadeiro estudo de caso do setor para projetos futuros.
Fonte: Fotovolt e Cambridge
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