Em abril de 2020, em meados da pandemia, a Greener fez um estudo para entender melhor como a alta do dólar normalmente impacta os preços dos sistemas fotovoltaicos no Brasil. Desta forma, o mercado seria capaz de prever como a crise afetaria os preços.
Para quem não sabe, o Brasil não produz, mas importa os principais equipamentos de um gerador fotovoltaico, ou seja, os painéis e os inversores. Nosso principal fornecedor é a China e toda a transação é feita em dólar, ficando o setor extremamente suscetível às oscilações na taxa de câmbio entre o real e a moeda americana.
Quando o estudo foi feito, tinha havido uma elevação do dólar de R$ 4,02, em 01/01/2020, para R$ 5,25, em 01/04/2020: uma alta de 31% causada pela crise do coronavírus (vide Figura 01, ao final da matéria).
Para relacionar a alta do dólar aos preços dos geradores solares, a Greener elegeu kits de 4 kW, 30 kW e 300 kW e fez uma projeção de preços baseada na variação cambial. Vale ressaltar que a Greener considerou o impacto apenas sobre os itens que são de fato importados; componentes que podiam ser nacionais, como a estrutura e os serviços de integração, por exemplo, não foram considerados. Assim, chegaram a uma possível elevação pouco acima de 16% nos preços dos geradores solares para o cliente final, como mostram as Figuras 2 e 3. Era de fato um cenário assustador para um mercado ainda tão jovem e carente de investimentos; afinal, a causa pelo meio ambiente é urgente.
Passados alguns meses, restava a dúvida: será que as projeções se confirmaram? Terminado o primeiro semestre de 2020, um novo estudo da Greener mostrou que, apesar da forte elevação cambial, os preços de sistemas fotovoltaicos permaneceram estáveis, o que foi uma feliz surpresa para o consumidor final. Mas quem pagou a conta?
A Greener constatou que a cadeia de distribuição e integração absorveu mais de 30% dos custos resultantes da alta do dólar no 1° semestre do ano, como mostra a Figura 4. O apertar o cinto com certeza contribuiu para o cenário de forte crescimento do setor mesmo em meio à pandemia. Apesar de 25% do mercado integrador relatar não ter feito vendas no primeiro semestre de 2020, este tem sido um ano de recordes para o setor fotovoltaico no Brasil, que figura entre os 20 países líderes em energia solar no mundo.
A expectativa agora é que a redução dos preços de módulos fotovoltaicos no mercado internacional deva ajudar a atenuar os efeitos do câmbio no terceiro e quarto trimestres de 2020. Nossos parabéns a toda a cadeia de distribuição e integração de energia solar! Mantenhamos nosso forte compromisso com a natureza e com o desenvolvimento do setor, que nos promete muitas alegrias.
Fonte: Greener