1 2 3 4
X

CONFIABILIDADE DESDE 2016

AQUI, VOCÊ FALA COM PESSOAS!

SUPORTE E ASSISTÊNCIA TÉCNICA
DIRETO CONOSCO

A COVID-19 é Implacável, Mas a Mudança Climática Pode ser Pior

28/08/2020

A COVID-19 é Implacável, Mas a Mudança Climática Pode ser Pior

A crise da COVID-19 chocou o mundo. Já foram contabilizados milhares de mortos, as pessoas temem sair de seus lares e países enfrentam a pior crise econômica em décadas. Parece surreal, mas em breve a mesma descrição poderá ser usada para uma outra crise global: a da mudança climática. A crise atual é horrível, mas a climática pode ser pior.

Você pode não concordar, mas este não é um artigo sobre medo, mas sobre realidade e esperança. Os números do aquecimento global precisam ser divulgados para que todos se mobilizem o quanto antes e contamos com você, seja interessado na causa sustentável ou profissional da área de energia solar, para nos ajudar a espalhar uma mentalidade preocupada com o meio ambiente e focada em ação – e ação o quanto antes!

Neste ano, você já deve ter ouvido falar sobre projeções de redução nas emissões de gases de efeito estufa decorrente da crise mundial. A esperada queda de 8% com relação a 2019 é verdadeira, mas superestimada. Em termos reais, emitiremos 47 bilhões de toneladas de gás carbônico ao invés dos 51 bilhões do ano passado. É um percentual significativo e seria o paraíso mantermos essa taxa anualmente, mas, infelizmente, não podemos – o preço foi alto demais: mais de 800.000 mortos oficialmente, milhões de desempregados, redução de 50% do tráfego de carros em abril e parada dos aeroportos, para citar alguns exemplos. O que impressiona nos números não é o percentual de queda nas emissões, mas o quão pouco caíram.

Nesta comparação entre catástrofes, vale analisarmos quanto custa para reduzir a emissão de uma única tonelada de gases. Tal valor existe e é utilizado por economistas para comparar os custos de diferentes soluções de sustentabilidade. Tem-se como base uma tecnologia que custa US$ 1 milhão. Se seu uso permite evitar a emissão de 10.000 toneladas de gases, isso significa que o investidor está pagando US$ 100 por tonelada não emitida – é um preço bem alto, mas muitos economistas acreditam que reflete o preço real do efeito estufa para a sociedade.

Agora, analisemos a atual crise sanitária. Será que fechar parcial ou totalmente inúmeros setores da economia gerou uma redução ao menos próxima a US$ 100 por tonelada não emitida? A resposta é um NÃO bem frustrado e sonoro. Apenas nos Estados Unidos, de acordo com dados levantados pelo Rhodium Group, o custo foi de US$ 3.200 a US$ 5.400 por tonelada. Na Europa, praticamente a mesma soma. Em outras palavras, a parada mundial apresenta um custo de redução nas emissões de 32 a 54 vezes mais elevado do que o preço de US$ 100 considerado razoável por economistas.

Se os números não são suficientes para nos mobilizar, consideremos então o custo humano. A taxa de mortalidade da COVID-19 tem sido de 14 em cada 100.000 pessoas. Coincidentemente, trata-se da mesma mortalidade esperada para 2060 apenas em decorrência da elevação da temperatura global. Se reduzirmos as emissões, essa taxa pode cair para 10 em 100.000 pessoas até o final do século. Se as emissões continuarem em alta, em 2100 o aquecimento será responsável por uma taxa de 87 em cada 100.000 pessoas.
Economicamente, até 2030, os prejuízos causados pelos gases de efeito estufa equivalerão a sofrermos uma pandemia sanitária como esta a cada 10 anos.

O que nos resta fazer? Aprender lições desta triste experiência e botar a mão na massa:

  1. O futuro deve ser liderado pela ciência e inovação. Não dá para reduzir as emissões viajando ou dirigindo menos. Acabamos de observar uma verdadeira corrida em busca de uma vacina. O mesmo esforço deve ocorrer para zerar as emissões na produção de eletricidade, nas indústrias, na agricultura e na promoção do bem-estar das pessoas. Precisamos de sementes novas e outras inovações para preparar os mais pobres para a mudança climática.
  2. A ciência deve se certificar de que as soluções sejam também viáveis em países pobres, pois, assim como nesta crise, os pobres serão os mais afetados.
  3. Devemos começar agora! Ao contrário da vacina contra o Coronavírus, que deve estar disponível em 2021, não existe solução com apenas 02 anos de desenvolvimento para a questão climática. Levará décadas para adaptar o mundo e devemos agir com a mesma urgência com que tratamos a COVID-19.

Apesar dos alertas emitidos por algumas autoridades mundiais em saúde, não nos preparamos para uma pandemia. Não façamos o mesmo com o aquecimento global. Ajude-nos hoje mesmo a espalhar a solar. Conscientize seus amigos, conquiste clientes para a solar e espalhe informação, como este artigo.

 

Fonte: Gates Notes