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Impacto das mudanças climáticas na geração FV no Brasil

05/08/2022

Impacto das mudanças climáticas na geração FV no Brasil

 

Quando o assunto é aquecimento global, a ciência se antecipa para nortear os investimentos da iniciativa pública e privada e viabilizar modelos sustentáveis de geração de eletricidade. A menina dos olhos são as fontes limpas e sustentáveis, como o vento, a água e a radiação solar, todas opções certeiras para o presente e o futuro.

No Brasil, 60% da energia consumida vêm de usinas hidrelétricas, o que é muito positivo. No entanto, contar demasiadamente com a hidroeletricidade cria um cenário de riscos devido às variações de temperatura e de precipitações (chuvas), que podem resultar em apagões e inflação energética.

A abundância da radiação solar durante todo o ano é uma alternativa fundamental para um país tropical como o nosso. Não é à toa que a capacidade total instalada de sistemas fotovoltaicos esteja em franco crescimento no Brasil, mas ainda longe de atingir seu potencial, uma vez que a energia solar ainda responde por apenas 1,9% da matriz energética.

O aquecimento global, enquanto traz incertezas para o futuro, dá a impressão de que potencializará a geração fotovoltaica, mas será que isso é mesmo verdade? Esta foi uma das principais perguntas investigadas por uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Viçosa (UFV), cujos resultados podem ajudar a indústria de painéis solares e as políticas públicas a projetarem um futuro que se aproxima rapidamente. Você se surpreenderá com as descobertas!

O trabalho foi realizado no Departamento de Engenharia Agrícola da UFV por Cristian Felipe Zuluaga em seu doutoramento, orientado pelo professor Flávio Justino e publicado em junho na Revista Renewable Energy. O estudo fez uso de modelagem numérica para verificar as condições e os locais no Brasil que devem ser priorizados para obtenção de maior ganho com energia fotovoltaica. Essa informação é essencial para viabilizar empreendimentos no médio e longo prazos ao fornecer estimativas de impacto que as mudanças previstas de temperatura e de radiação solar devem ter no potencial de sistemas fotovoltaicos.

De acordo com os pesquisadores, a radiação solar de ondas curtas, que é convertida em energia elétrica através dos sistemas fotovoltaicos, é distribuída diferentemente nas regiões do país, e esse cenário deve ser alterado nos próximos anos, com impacto considerável na eficiência dos geradores existentes. Até 2070, a tendência é que a radiação seja muito favorável à instalação de plantas solares na região Norte. No Nordeste, o potencial de alto rendimento será entre março e outubro e menor no inverno, quando a demanda de energia é maior. Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, mesmo que as temperaturas sejam mais altas com o aquecimento global, a radiação necessária à geração de energia tende a não favorecer o aumento de rendimento do potencial fotovoltaico. Isso porque, quando as temperaturas excedem um limiar, a eficiência das células fotovoltaicas diminui.

As mudanças progressivas nos índices de temperatura e radiação exigirão que os equipamentos hoje disponíveis se adaptem com mais rapidez. As tecnologias atuais apresentam uma taxa de melhoria de apenas 0,7% por ano, o que não é suficiente para acompanhar as projeções dos modelos de aquecimento global. Se nada for feito, a capacidade de geração de energia por meio de células fotovoltaicas será, por exemplo, 4% menor do que é atualmente no Centro-Sul do país – um grande impacto sobre a matriz energética do país e um prejuízo imenso para as empresas que não se adaptarem.

A lição que fica para outros pesquisadores e engenheiros empenhados em aprimorar a tecnologia é: aumentar a eficiência dos equipamentos é uma questão-chave para a viabilidade atual e futura da energia fotovoltaica no Brasil. Para o leigo, fica a dica: confie apenas em equipamentos devidamente certificados e informe-se com seu integrador quanto a sua eficiência e durabilidade – economizar um pouco hoje pode custar caro para seu investimento, que precisa ser maximizado.

Saiba que, na Inovacare SOLAR, todas marcas com que trabalhamos passam por verdadeiro processo de verificação de qualidade, pois queremos entregar o melhor valor e retorno para o investimento dos nossos clientes!

A pesquisa citada nesta matéria está alinhada aos itens 9 - Indústria Inovação e Infraestrutura e 13 – Ação contra a Mudança Global do Clima dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O trabalho foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

 

 

Fonte: Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI) da UFV (Universidade Federal de Viçosa)

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